domingo, 3 de setembro de 2017

Poeta

Queria ter sido poeta, 
desses de poemas fortes e ar bucólico, 
do andar cambaleante, 
de ir pelas nuances 
dos sentimentos que anseio sentir com o coração 
e pesar pela alma.

Quis ser poeta 
para transbordar a angústia e o desespero 
que, muitas vezes, 
guardei em segredo 
em uma caixa de madeira. 

Fosse eu poeta e teriam virado poemas. 

Não sou poeta, 
não ouso, 
mas se fosse, 
talvez eu pudesse dar um destino a esse vazio 
que trago comigo 
desde o íntimo da minha existência.

Não sou poeta, 
mas a poesia é a força que impulsiona minha insistência, 
esse corte na pele por onde saem as palavras
e o sofrimento persiste como fogo numa lareira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário