sexta-feira, 30 de junho de 2017

Aurora

Onde eu estive ontem, não trago recordações. eu vaguei por diversas paisagens: observei árvores e as aves do céu. Cambaleei em rochas e indagações filosóficas. Eu vi então a Aurora e, com ela, se dissipar tudo aquilo que eu sentia; Não houve misericórdia! Participei do fim do mundo e não esbocei qualquer reação, já que a chuva caia sobre mim sem ao menos me levar do purgatório intenso da minha existência. Fechei os meus olhos e fingi que estava em algum deserto e, quando acordei, lavei meu rosto em lágrimas e torci para eu não acontecer de novo.

sábado, 24 de junho de 2017

Anoitecer

Ao abrir os olhos míopes,
encarou o teto do seu quarto como se ele fosse desmoronar.
Depois, ainda com os pensamentos confusos,
levantou-se e dirigiu-se ao banheiro com seus passos indecisos.
Lavou seu rosto com água fria, girou os olhos
e preparou-se para a agonia de mais um dia.
Deliciou-se com algumas xícaras de café enquanto olhava o nada pela janela,
uma ou outra nuvem elétrica.
Imaginou a si mesmo caminhando por elas,
descobrindo novas paisagens, outra atmosfera.

Sorriu, como há muito não fazia.

Revisou planos, analisou possibilidades.
Abriu mão de todas.

A tarde passou como uma flecha cortando o ar e, por muitas razões,
temeu a noite que se anunciava.

Então anoiteceu . . .

terça-feira, 13 de junho de 2017

Tarde de Domingo

 Vestidos de branco, usando óculos sexy,
nós passaremos toda uma tarde de domingo caminhando por um parque vazio;
alimentaremos as pombas com os pedacinhos dos nossos corações despedaçados.
 Sentaremos em um banco e, cansados,
falaremos de um futuro qualquer,
desses que nunca vem.
 Faremos também promessas e algumas adivinhações
para, depois, exaustos,
dizermos as palavras que julgarmos desnecessárias.
 Então
nós nos afastaremos
e seremos apenas lembranças em algumas ocasiões.