quarta-feira, 31 de maio de 2017

Y1


Vai passar por mim
as sensações indizíveis de estar presente na ausência
em que os resquícios da melancolia escorre pelos meus olhos
que avista, quando olha para dentro, a tristeza incompleta do nascimento do fruto do amor;
Cai no coração a incapacidade da minha fala
que engulo seco,
me desce pela garganta e me cala.

Eu que me calo e me distancio,
caminho pelo infinito abismo da minha alma,
que vaga.no vácuo do meu sofrimento
que me consome palavra por palavra.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

31 e 2

Já voei quando eu tive asas, mas as cortei por não querer mais voar.
Apaguei a constelação do meu zodíaco
e assumi para mim o meu destino.
Quando me mutilei era domingo,
que não guardei
como qualquer outro.
Jurei que meu coração bateria livre,
mas o aprisionei no tempo das minhas memórias tristes,
na masmorra do meu sofrimento celeste
em que eu chorei lágrimas imundas e caminhei por vazios existenciais
no silêncio dos labirintos da minha mente.
Nunca me perdi,
mas me afastei para que, assim, eu pudesse me reconhecer
nos sulcos do meu rosto,
marcas que coleciono.

Então o tempo passou, como antes, e dessa vez eu o senti.

Deixa o tempo penetrar na carne,
envenenar o sangue, corromper o corpo
e lembrar que certa vez fui amado em um dos meus sonhos,
mas quando acordei
já era tarde demais.