Quando você passa por mim,
ou melhor,
quando você passa sobre mim,
não me nota,
pois minha presença não importa,
se desfaz na sua indiferença.
Minha voz é desconhecida
pois o silêncio é o que me manifesta
e mesmo minha existência já tanto faz.
Talvez seja pela íris dos meus olhos,
ou talvez pelo sopro de tristeza que exala pelos
meus poros;
quem dera ainda fosse qualquer coisa
e eu faria dela uma esperança para me agarrar,
me equilibrar e me livrar dos meus destroços.
Quem dera eu pudesse falar
para um par de ouvidos dispostos.
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
domingo, 10 de setembro de 2017
Linhagem nº...
O que me fere não tem corpo, mas se manifesta violentamente na minha paz;
quando somos tentados por anjos que caçoam do nosso abandono,
quando entoam uma canção antiga e exclusiva,
numa língua que não lembramos mais, mas que era nossa.
Nesse lugar não há aleluias ou milagres,
nenhum ser divino para nos livrar de um pecado que não é nosso,
mas que também não lembramos.
Assim as marcas se aprofundam na carne que nos constitui e nos reveste,
carne pela qual todos definhamos nessa eternidade podre como uma maçã,
mas que cheira a flores brancas.
Há uma tempestade vindo meus amigos:
meus olhos estão pesados e
eu não sei chorar...
domingo, 3 de setembro de 2017
Poeta
Queria ter sido poeta,
desses de poemas fortes e ar bucólico,
do andar cambaleante,
de ir pelas nuances
dos sentimentos que anseio sentir com o coração
e pesar pela alma.
Quis ser poeta
para transbordar a angústia e o desespero
que, muitas vezes,
guardei em segredo
em uma caixa de madeira.
Fosse eu poeta e teriam virado poemas.
Não sou poeta,
não ouso,
mas se fosse,
talvez eu pudesse dar um destino a esse vazio
que trago comigo
desde o íntimo da minha existência.
Não sou poeta,
mas a poesia é a força que impulsiona minha insistência,
esse corte na pele por onde saem as palavras
e o sofrimento persiste como fogo numa lareira.
desses de poemas fortes e ar bucólico,
do andar cambaleante,
de ir pelas nuances
dos sentimentos que anseio sentir com o coração
e pesar pela alma.
Quis ser poeta
para transbordar a angústia e o desespero
que, muitas vezes,
guardei em segredo
em uma caixa de madeira.
Fosse eu poeta e teriam virado poemas.
Não sou poeta,
não ouso,
mas se fosse,
talvez eu pudesse dar um destino a esse vazio
que trago comigo
desde o íntimo da minha existência.
Não sou poeta,
mas a poesia é a força que impulsiona minha insistência,
esse corte na pele por onde saem as palavras
e o sofrimento persiste como fogo numa lareira.
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