domingo, 6 de janeiro de 2019

Linhagem 24


Na exatidão do tempo, 
na precisão cirúrgica em que ele se movimenta, 
na certeza que nos vence e sufoca a esperança, 
nós continuamos perdidos no medo, 
naquele vazio que se instala em nossas almas 
e nos faz pequenos. 
Não olhamos para trás, 
nós nunca olhamos para trás, 
mas quando olhamos para frente 
nos falta a convicção necessária:  
o desejo não é o suficiente.
É preciso derramar sangue e lágrimas; 
é preciso uma daquelas guerras cruéis e nefastas 
que devastam qualquer coisa. 
É preciso, na hora da amargura, 
alguém que nos conduza de volta para casa.

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