quinta-feira, 9 de março de 2017
Fenda
Às vezes, não sempre, eu me sinto a beira de um colapso, desses que fazem uma cisão e fecham algumas portas.
Eu tenho as chaves, mas nunca as respostas.
Quando tento encontrá-las, me perco ainda mais e morro afogado nas águas calmas do meu íntimo, eu que vivo numa tormenta.
Eu tento encontrar a mim mesmo para então me afastar num caminho sem volta.
Nunca há volta!
Quando parto de mim é para me esquecer e deixar crescer a ausência que plantei no jardim secreto do meu coração ferido.
Estou ferido porque eu me feri e, às vezes, me firo, mas não sempre, que é para que essa cicatriz não feche, mas a ferida seja um adendo.
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